domingo, 24 de abril de 2011

E DEPOIS DO ADEUS...

"Do depois do ADEUS", JÁ LÁ VÃO QUANTOS ANOS????LEMBRAM-SE DA PROMESSAS? DA DEMOCRACIA? DOS DIREITOS? DAS IGUALDADES? EU LEMBRO-ME...



AFINAL DAS CONTAS...O QUE É QUE SE CONSEGUIU DE BOM PARA OS NOSSOS FILHOS E NETOS?? E PARA NÓS?

2 comentários:

Elias disse...

Dra. Helena de Brito, se me permite utilisar este seu espaço, amavelmente concedido na partilha de assuntos e saberes que nos enriquece enquanto seres sociais que somos, uma pequena história pessoal relacionada com este tema envolvendo essa canção e o dia 25.04.74.
Faz hoje precisamente (dia 24), 37 anos que a minha mãe foi para o Hospital de Almada (o velho, claro!) grávida para me dar à "luz"!
Chegando por volta das 22:30hrs, encontrou a sala de partos cheia de parturientes prestes a "arrebentarem".
Pois bem, quando em Lisboa, na outra margem do rio, os militares na sua Acção Revolucionária, desligaram por largos minutos a electricidade, corte geral, o referido Hospital não escapou, deixando tudo completamente às escuras.
A minha mãe e todos, apanharam um valente susto, desconhecendo o porquê do sucedido, ouvindo sussurros das enfermeiras sobre uma canção que de um modo estranho dava na rádio (canção-senha “E Depois do Adeus” emitida pelos Emissores Associados de Lisboa, sinal de lançamento da Revolução dos Cravos), de tal maneira que o susto, fez com que o bébé (Eu!) desse a volta no útero materno, recuando na "saída" nascendo só após uma semana exacta a 2 de Maio! no mesmo local.
O outro motivo relacionado é que o meu pai tinha ido para o Alentejo, proteger com os irmãos o suposto saneamento das terras de família, que os boatos propagavam, já nessa mesma noite, aumentando ainda mais a ansiedade e receio da minha mãe por tudo o que se estaria a passar.
É esta a minha directa relação com a Revolução de 1974, estando para nascer nessa madrugada.
Todos os anos, me lembro sempre desta história, e os anos foram-se passando, e os sonhos de Abril se desvanecendo...
E depois do Adeus, temos o que temos... a ilusão do prometido...

Abraço.

TITO COLAÇO

HELENA DE BRITO disse...

Tito Colaço, que história incrível que me contou. Que consequências tão imediatas e directas sofreu, fruto daquele movimento, que afinal, quase nada nos deixou.
Quase nada, porque podemos os dois emitir opiniões (ainda), o que anteriormente seria no mínimo complicado.
No entanto parece ser esta a única vantagem, já que o futuro se avizinha bem pior...
Seja como for, a história fará justiça, e colocará nos devidos lugares quem merece ou não a nossa admiração.

Um abraço também para si, e não me trate por Dra., Helena basta muito bem.