sábado, 16 de julho de 2016

Uma história verdadeira de um casal....da França....





Já muito se disse sobre os portugueses e filhos de portugueses que vivem em França.
O quanto são trabalhadores, as saudades que sentem do seu país que é Portugal, e a força que deram à nossa Seleção que também é deles....
 
A história que vos vou contar é real, e é com o maior carinho que a guardo.....
 
Um casal de emigrantes em França procurou os meus serviços para tratar da adopção de uma bebé.
 
Já tinham dois filhos seus mas aquela, filha de um casal indigente, precisava de ser cuidada amada como uma filha.

Surgiram problemas, a Magistrada do processo teve receio que se tratasse de rapto, e à cautela considerou o tribunal português incompetente e remeteu para a justiça francesa.

Recorri, ganhei e mais tarde a mesma Magistrada depois de ouvir todas as partes interessadas decidiu pela adopção sem problemas.

Eram pessoas muito simples, ele proprietário de uma oficina de automóveis em Paris ela doméstica.

Quando terminei enviei a conta por correio.
A resposta foi esta:

Exma. Senhora Dra., segue como solicitado o cheque no valor de ..... para pagamento dos seus honorários, e segue outro cheque de igual montante, pelo nosso apreço e gratidão.

Sou advogada há mais de 30 anos....já tratei de muitos processos, mas aquele sinal de gratidão tocou-me imensamente, não pelo dinheiro, mas pelo próprio acto......em si.....

sexta-feira, 15 de julho de 2016

O Atentado de Nice.....



Estou a ver os nossos governantes, o Presidente da República francesa François Hollande, Juncker e Merkel...consternados, lamentando as vítimas do atentado de ontem.... para mim o que acima de tudo me transmitem é a derrota, impotentes, tão ao contrário de quando se referem às sanções a aplicar a Portugal!!!!!.

É assim mesmo que a arrogância dos fracos se comporta, quando lidam com os frágeis e quando se deparam com fortes.....

O Ocidente está mal, fraco, mas sobretudo a Europa, que tem baixado as defesas em nome de um lucro fácil, abrindo as portas a civilizações hostis, desde que lhes dê segurança económica ilusória....
A Europa está em guerra, e nem ao menos investe na coesão entre os seus próprios estados....

Entre uma Merkel que ora abre as portas aos refugiados ora os envia para países africanos, e um Presidente da República francês, apalhaçado que se move como ninguém entre escândalos fúteis, os europeus olham para o seu futuro negro advinhando o seu destino cuja existencia será apenas....passado, perecendo perante ideais violentos, fundamentalistas, recordando-nos o cristianismo no seu pior, como se uma justiça divina se fizesse sentir ao fim de muito tempo cerca de dez séculos passados....

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Arrábida por Frei Agostinho da Cruz...

(Da Arrábida)

Alta Serra deserta, donde vejo
As águas do Oceano duma banda,
E doutra já salgadas as do Tejo:

Aquela saüdade que me manda
Lágrimas derramar em toda a parte,
Que fará nesta saüdosa, e branda?

Daqui mais saüdoso o sol se parte;
Daqui muito mais claro, mais dourado,
Pelos montes, nascendo, se reparte.
Aqui sob-lo mar dependurado
Um penedo sobre outro me ameaça
Das importunas ondas solapado.

Duvido poder ser que se desfaça
Com água clara, e branda a pedra dura
Com quem assim se beija, assim se abraça.

Mas ouço queixar dentro a Lapa escura,
Roídas as entranhas aparecem
Daquela rouca voz, que lá murmura.

Eis por cima da rocha áspera descem
Os troncos meio secos encurvados,
Eis sobem os que neles enverdecem.

Os olhos meus dali dependurados,
Pergunto ao mar, às plantas, aos penedos
Como, quando, por quem foram criados?

Respondem-me em segredo mil segredos,
Cujas primeiras letras vou cortando
Nos pés doutros mais verdes arvoredos.

Assim com cousas mudas conversando,
Com mais quietação delas aprendo
Que outras que há, ensinar querem falando.

Se pelejo, se grito, se contendo
Com armas, com razão, com argumentos,
Elas só com calar ficam vencendo.

Ferido de tamanhos sentimentos
Fico fora de mim, fico corrido
De ver sobre que fiz meus fundamentos.

Ali me chamo cego, ali perdido,
Ali por tantos nomes me nomeio,
Quantos por culpas tenho merecido.

Ali gemo, e suspiro, ali pranteio;
Ali geme, e suspira, ali pranteia
O monte, e vai de meus suspiros cheio.

Ali me faz pasmar, ali me enleia
Quanto colhendo estou da saüdade,
Que por toda esta terra se semeia.

Ora me ponho a rir da vaïdade,
Ora triste a chorar com quanto estudo
Erros solicitei da mocidade.

Tudo se muda enfim, muda-se tudo,
Tudo vejo mudar cada momento:
Eu de mal em pior também me mudo.

Soía levantar meu pensamento
Assentado sobre estas penedias
Duras, eu duro mais nelas me assento.

Punha-me a ver correr as águas frias
Por cima de alvos seixos repartidas,
Que faziam tremer ervas sombrias.

As flores, que levava já colhidas,
Passando pelos vales enjeitava
Por outras doutra nova cor vestidas.

O livre passarinho, que voava,
Cantando para o céu deixando a terra,
Da terra para o céu me encaminhava.

Cuidei que se esquecesse nesta Serra
A dura imiga minha natureza;
Mas donde quer que vou lá me faz guerra.

Oh! quem vira naquela fortaleza
Rodeada de fogo de amor puro,
Daquele amor divino esta alma acesa!

Quão firme, e quão quieto, e quão seguro
No campo se pusera em desafio!
E quão brando sentira o ferro duro!

Mas se agora de mim me não confio,
Se fujo, se me escondo, se me temo,
É porque sinto fraco o peito frio.

Alevantam-se os mares; e pasmo, e tremo:
Vejo vento contrário, desfaleço,
A corrente das mãos me leva o remo.

Confesso minha culpa, bem conheço
Que por mais graves males que padeça
Menos padecerei do que mereço.

Mandais, Senhor, que busque, bata, e peça,
Eu busco, bato, e peço a vós, Senhor,
Sem haver cousa em mim que vos mereça.

Com os braços na Cruz, meu Redentor,
Abertos me esperai, co lado aberto,
Manifestos sinais do vosso amor.

Ah! quem chegasse um dia de mais perto
A ver cos olhos de alma essa ferida,
Que esse coração mostra descoberto!

Esse, que por salvar gente perdida
De tanta piedade quis usar,
Que deu nas suas mãos a própria vida.

A sangue nos quisestes resgatar
De tão cruel, e duro cativeiro,
Vendido fostes vós por nos comprar.

Padecestes por nós, manso Cordeiro,
Pisado, preso, e nu entre ladrões,
Ardendo o fogo posto no madeiro:

Arçam postos no fogo os corações.
(Frei Agostinho da Cruz)


Frei Agostinho da Cruz, nasceu em Ponte da Barca, Alto Minho, em 1540, e faleceu em Setúbal em 1619.Pertencia à ordem dos Capuchinhos Arrábidos, vivendo no convento da Arrábida como frade . O Duque de Aveiro deixou-o viver como eremita na serra da Arrábida, mandando-lhe construir uma cela para ele poder habitar em solidão e contemplação.)

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

O Novo Governo de Passos Coelho....


Novo Governo Passos e Portas está formado....


Primeiro-ministro: Pedro Passos Coelho

- Vice-primeiro-ministro: Paulo Portas

- Ministra de Estado e das Finanças: Maria Luís Albuquerque

- Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros: Rui Machete

- Ministro da Defesa Nacional: José Pedro Aguiar-Branco

- Ministro da Presidência e do Desenvolvimento Regional: Luís Marques Guedes

- Ministro da Administração Interna: João Calvão da Silva

- Ministro da Justiça: Fernando Negrão

- Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia: Jorge Moreira da Silva

- Ministra da Agricultura e do Mar: Assunção Cristas

- Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social: Pedro Mota Soares

- Ministro da Economia: Luís Miguel Morais Leitão

- Ministro da Saúde: Fernando Serra Leal da Costa

- Ministra da Educação e Ciência: Margarida Isabel Mano Tavares Simões Lopes Marques de Almeida

- Ministro da Modernização Administrativa: Rui Pedro Costa Melo Medeiros

- Ministra da Cultura, Igualdade e Cidadania: Maria Teresa da Silva Morais

- Ministro dos Assuntos Parlamentares: Carlos Henrique da Costa Neves

* Notícia atualizada às 13:20 de hoje com informação detalhada sobre os novos ministros e ministérios do XX Governo Constitucional